sábado, 26 de abril de 2008

Jogo espetacular em Londres

Jogo espetacular em Londres! Cheio de alternativas, com direito a bola no travessão, bolas salvas em cima da linha, briga entre jogadores (inclusive do próprio time), e muita emoção até o final!

No primeiro tempo, o Chelsea sobrou. Não deu para entender o que pensou Sir Alex Fergunson ao poupar jogadores importantíssimos como Cristiano Ronaldo, Tevez, Evra e Scholes. Terá sido por problemas físicos, ou ele realmente achou que seguraria um empate em Stanford Bridge sem alguns dos seus protagonistas e com uma formação que não está habituada a jogar junta? O jogo de hoje não poderia ter sido considerado menos importante do que o contra o Barcelona, na próxima terça-feira.

A realidade é que o Manchester sentiu muita falta dos seus titulares e o primeiro tempo foi um passeio do Chelsea, do primeiro ao último minuto. Chances de gol, bola no travessão de Joe Cole, até o gol, após ótima jogada de Drogba, que saiu da área, protegeu bem a bola, fingiu que ia tocar na direita e cruzou de forma perfeita para Ballack cabecear para o fundo das redes. Na comemoração do gol, os jogadores do Chelsea fazem uma homenagem bonita a Pat Lampard, mãe do Frank Lampard, que faleceu na última quinta-feira, em uma cena realmente comovente, mostrando que ainda existe um pouco de companheirismo, paixão e humanidade no futebol.

Todavia, o que estava fácil para o Chelsea, se complicou logo no começo do segundo tempo, com uma vacilada história de Ricardo Carvalho, que até então vinha fazendo uma partida impecável, deixando Rooney de cara com Cech para empatar o jogo.

O Chelsea sentiu o gol e o jogo ganhou em equilíbrio. O Manchester subiu de produção após a entrada de Cristiano Ronaldo, mesmo com esse atuando na posição de centroavante, onde claramente não se sente muito bem.

Mesmo assim, os red devils, não conseguiram tomar as rédeas do jogo e, aos poucos, o Chelsea foi se reencontrando. Destaque para Avram Grant, que foi ousado e botou o time para cima, colocando Shevchenko e Anelka para jogar com Drogba, deixando o time com três centroavnates, além de recuar Essien para a lateral direita, no lugar de Paulo Ferreira, que atuou muito mal, destoando do restante da equipe londrina.

Porém, quando o jogo parecia caminhar para um empate, com Van Der Sar fazendo ótimas defesas e com o time do Chelsea parecendo que nada mais tinha oferecer, especialmente depois da discussão inusitada entre Ballack e Drogba para cobrar uma falta, o auxiliar tem a ousadia de marcar um pênalti difícil de ser visto, em um cruzamento na área no qual a bola resvalou na mão de Carrick. Antes da cobrança, nova “briga” entre Drogba e Ballack para quem cobraria, mais foi o quem alemão bateu, com a firmeza de sempre, desempatando o jogo. Na comemoração, abraço de Drogba e paz aparentemente selada.

A partir daí, o Manchester fez o que não tinha feito o jogo todo: atacou. Foram muitos lances de perigo nos eletrizantes minutos finais, com Ashley Cole e Sheva salvando bolas em cima da linha, de Ronaldo e Fletcher, respectivamente, e com Ferdinand querendo briga! Muita emoção até o derradeiro apito do juiz.

Agora, com os dois times com 81 pontos, o campeonato está novamente em aberto. O Manchester United ainda depende só de si, já que tem um saldo muito superior e, ganhando os dois jogos que faltam, fatalmente ficará com o título. O problema é que, após o show contra o Aston Villa, o Manchester vem caindo de produção e se preocupando excessivamente em se defender. Vale lembrar a virada apertada contra o Arsenal, em dois gols de ola parada, o sufoco para empatar com o Blackburn no sábado passado, ou a partida sem brilho e exageradamente cautelosa contra o Barcelona pela Champions League. Agora está ameaçado na liga e no torneio europeu, já que um empate por gols, algo bastante plausível, classifica a equipe catalã na terça-feira.

Enquanto isso, o Chelsea vem dando seguidas demonstrações de que tem um elenco muito competitivo, além de muita “estrela”, sempre “achando” gols importantíssimos nos últimos minutos. Vem jogando com cara de campeão. Talvez seja tarde na Premier League, mas quem sabe na Champions League?

Provocações

Observando á distancia, Valdívia parece ser mais inteligente do que a média dos jogadores de futebol. Isso se reflete não só pela sua inteligência dentro do campo e pelas suas lúcidas (e poucas) entrevistas mas, principalmente, pelo seu estilo provocador em campo, que vem irritando profundamente aos adversários e, por que não dizer, fazendo com que o chileno desequilibre jogos para o palmeiras também no plano psicológico.

Gostem ou não alguns, a provocação faz parte do futebol, e do esporte em geral, desde que, obviamente, obedeça a limites éticos, de forma que insultos racistas, ou ofensas de cunho estritamente pessoal, não podem ser toleradas. Mas nada há de errado em uma provocação acerca do jogo, ou através de uma comemoração bem humorada, por exemplo. Caberia aos “provocados” ter preparo psicológico para suportar, o que não tem acontecido no futebol brasileiro.

Observando esse fato, o camisa dez palmeirense, inteligentemente, vem utilizando esse recurso constantemente, conseguindo desestabilizar os adversários não só com seus dribles, mas também com provocações, fulminando-os psicologicamente e, também dessa forma, ajudando o Palmeiras a ganhar jogos. Vide a segunda partida semifinal contra o São Paulo, na qual o chileno, além de jogar um bom futebol, marcando um gol, tirou os tricolores do sério, fazendo até com que o ídolo Rogério Ceni o agredisse. Assim, o São Paulo, psicologicamente em frangalhos ( que ocorreu em parte também pelo lamentável episódio do gás), não conseguiu reagir.

O mesmo aconteceu no jogo de quinta, pela Copa do Brasil, contra o Sport. O volante Bira, com apenas dois minutos em campo, perdeu a paciência o chileno e desferiu uma cotovelada, sendo expulso. Situações como essa vêm acontecendo seguidamente em jogos contra o Palmeiras, desde que Valdívia chegou ao Brasil.

Se os jogadores do São Paulo, inclusive Rogério Ceni, que falhou em um gol, tivessem se preocupado mais em jogar futebol do que com provocações, o resultado do jogo poderia ter sido diferente. Assim como vem ocorrendo em vários jogos, nos quais os adversários do chileno se preocupam demais em querer agredi-lo devido às provocações, esquecendo de jogar futebol e ficando completamente perdidos no plano psicológico, enquanto Valdívia ri e continua mostrando seu belo jogo.

Repita-se, a provocação tem limites. O jogador que profere insultos racistas ou extrapola de alguma forma, deve ser punido não só esportivamente, mas também nas esferas cível e criminal, se for o caso. Porém, provocações “do jogo”, dribles e comemorações bem humoradas fazem parte da essência descontraída do futebol. Querer proibi-las é transformá-lo em algo sisudo e sem paixão, mas isso é assunto para outra postagem. Antes de tanto “chororó”, lembrando a criativa comemoração de Souza copiada por “El Mago”, os adversários do chileno deveriam se preocupar em ter o equilíbrio mental necessário para ganhar um jogo e , principalmente, se preocupar em parar, na bola, o craque palmeirense.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Os prejudicados pela regularidade.




De ano em ano, diferentes jogadores vêm se revezando entre os três primeiros na eleição de melhores do ano da FIFA. Desde que o prêmio foi criado, em 1991, com exceção de jogadores como Ronaldo, Ronaldinho e Zidane, seguramente entre os melhores da história, ninguém figurou entre os três mais de duas vezes, e diversos jogadores se revezaram no panteão dos melhores do ano, de acordo com o desempenho na temporada, provando que, no equilibrado futebol globalizado, onde "não tem mais bobo", como diriam os repetidores de clichês, ninguém fica no topo por muito tempo. Para ser mais preciso, trinta e dois jogadores figuraram na lista nas dezessete edições do prêmio, como se pode verificar no seguinte link:

Todavia, o curioso é que, apesar dessa alternância, dois dos protagonistas do futebol mundial durante a década de 2000 nunca figuraram na lista da Fifa. Pior que isso, nunca sequer foram especulados, apesar do brilhante futebol que praticam e das muitas conquistas obtidas na condição de protagonistas dos seus times. Esses jogadores são, nada mais, nada menos, do que os fantásticos capitães Steven Gerrard e Francesco Totti.

Esses jogadores possuem muitos pontos em comum, além do fato de nunca terem figurado entre os três primeiros do prêmio da Fifa. Ambos são capitães e verdadeiras instituições nos seus respectivos times, os tradicionais Liverpool e Roma, de onde provavelmente nunca sairão. Oriundos das categorias de base, conduziram os seus times a posições superiores do que encontraram.

Gerrard começou a jogar em um Liverpool relegado a segundo plano na Inglaterra, um sombra do maior vencedor de títulos do país e do time que dominou a europa nas décadas de 70 e 80. Todavia, sob o seu comando, os reds voltaram a brigar por títulos na Inglaterra, conquistando três Copas da Inglaterra e uma Copa da Liga Inglesa, embora não tenha, ainda, saído da fila na dificílima Premier League, o que parece uma questão de tempo. Além disso, o time recuperou o preestígio continental, voltando a ser uma potência, ao conquistar uma Copa da Uefa(2001) e, mais importante, ao chegar em duas finais de Champions League (e pode chegar esse ano a terceira), conquistando o título de 2005 com uma reação emocionante contra o Milan, da qual Gerrad, único craque de um time limitado, foi protagonista. É inegável que Gerrard reconduziu o Liverpool à posição de grande da europa, pois comandou o time em todas as vitoriosas campanhas recentes, impondo sua liderança técnica, ocupando um papel que todos esperavam que seria de Michel Owen.

O mesmo se pode falar de Totti. O capitão e torcedor romanista possui um comando técnico e emocional como poucas vezes se viu em um time de futebol. Talvez por isso sempre declare para quem quer ouvir que nunca sairá da Roma. Com seus gols e jogadas geniais, colocou a Roma em um patamar de grandeza talvez nunca antes alcançado, chegando a seguidas finais de Copa da Itália, conquistando uma, levando a Roma a duas quartas de finais consecutivas de Champions League, feito inédito, superado apenas pelo time de Falcão, vice-campeão em 83/84 (perdendo a final em casa para o próprio Liverpool) e, mais importante, levando a Roma a figurar seguidamente entre os quatro primeiros da Série A, sendo o craque da conquista do scudetto de 2000/2001, apenas o terceiro do time, superando os três gigantes do futebol italiano, Juve, Inter e Milan.

Porém, a maior similitude entre esses jogadores não é o fato de serem capitães/torcedores dos times em que jogam, tampouco o fato de levarem, enquanto protagonistas, suas agremiações a um patamar superior, e sim o fato que causa a surpresa na ausência de indicação de ambos ao prêmio da Fifa: a impressionante regularidade.

É espantoso como ambos estão sempre em boa fase! Pouco caem de produção e são os craques dos seus times durante praticamente toda a carreira. É visível como os seus times ficam fragilizados com as suas ausências, vide os recentes confrontos da Roma com o Manchester United, ou as oitavas de final da Champions League de 2005/2006, na qual Gerrard foi poupado de um jogo e o Liverpool, então campeão, foi eliminado pelo Benfica.

Talvez essa espantosa regularidade seja até o motivo para o "esquecimento" de ambos. Como o prêmio da Fifa é decidido através da votação de técnicos, e não de jornalistas, como o da France Football, no qual os dois ao menos já foram cogitados, esses jogadores, que estão sempre demonstrando o mesmo futebol regular e eficiente, acabam sendo ofuscados por intensos brilhos momentâneos de outros gênios da bola, menos regulares.

Outra possível razão é a fidelidade de ambos aos seus times, de forma a ficarem muito vinculados às suas torcidas, não atraindo a simpatia das demais. Até mesmo o desempenho irregular de ambos nas suas seleções nacionais podem demonstrar esse vínculo forte as agremiações, pois talvez apenas neles se sintam completamente a vontade para jogar futebol.

Além disso, os nomes de ambos raramente são envolvidos em suposições de negociações milionárias, pela falta de vontade que possuem de se transferir. E isso diminue um pouco o apelo midiático de ambos(o que não quer dizer que não tenham), pois são jogadores a moda antiga, que ficam vinculados a apenas um clube por toda a carreira e se preocupam mais em ganhar títulos para os seus clubes de coração do que em obter transferências milionárias e protagonizar campanhas publicitárias.

São muitas as possíveis razões para o "esquecimento", mas nenhuma convence plenamente. Até mesmo este blog esqueceu de relacioná-los entre os melhores do ano, ofuscados mais uma vez por jogadores que estão jogando mais nessa temporada do que em outras, enquanto que Francesco e Steven estão jogando o futebol de sempre, regular, eficiente e brilhante, mas sem brilhar menos ou mais. Só espero que não se cometa uma injustiça histórica com esses jogadores, que não são os melhores de sua geração, mas seguramente estão entre os mais regulares, merecendo premiações até mesmo pelo fantástico conjunto da obra.





quinta-feira, 10 de abril de 2008

Futebol Inglês

A superioridade do futebol inglês nessa temporada é incontestável. Três times entre os quatro melhores do continente além de, na minha opinião, os três melhores jogadores da temporada, só servem pra aumentar essa certeza. No meu ponto de vista, Cristiano Ronaldo foi absoluto. Tão absoluto que praticamente não importa o que aconteça nessa reta final de campeonatos, o craque português já pode ser coroado o melhor da temporada. E quando falamos assim, parece que os outros dois fizeram apenas uma "boa temporada", o que não é verdade quando se trata de Fernando Torres e Fabregas. A dupla de espanhóis foi absolutamente instrumental para as boas campanhas de seus times, na UCL e no Campeonato Inglês, respectivamente. Fernando Torres marcando muitos gols (golaços que parecem saídos do videogame, como o gol contra o Arsenal) e muitos deles importantíssimos é peça chave no time do Liverpool hoje e pode-se dizer que foi a melhor contratação desta época. Fabregas é outro que dispensa comentários. Comandou o meio campo do jovem, porém talentoso e promissor time do Arsenal e levou aquele que estava desacreditado pela crítica no começo da temporada à uma belíssima campanha no campeonato inglês, que parece mesmo estar destinado ao Manchester. Dá gosto assistir ao campeonato inglês.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Quem vai parar Cristiano Ronaldo?


Depois do jogo de ontem contra a Roma, no estádio Olímpico, me parece ter ficado claro aos olhos do mundo que a Uefa Champions League tem um grande favorito entre os que restaram na briga pelo título: Manchester United. Aliás, dizer que este favoritismo, a meu ver escancarado, atribuído ao Manchester ficou claro depois do jogo de ontem é injusto pelo futebol que o time vem jogando na temporada inteira. Liderados pelo melhor jogador português desde Eusébio, candidatíssimo a melhor jogador do mundo desta temporada e quiçá a melhor jogador português de todos os tempos, os diabos vermelhos nos lembram dia após dia que é possível jogar um futebol moderno e bonito ao mesmo tempo. Raro vermos um jogador que tem todos os fundamentos excepcionais: é muito rápido, bate bem com as duas pernas, finaliza bem, cabeceia bem, tem ótimo passe, não é fominha e nem treme em decisões - ao contrário, cresce nelas. Resta aos adversários temer o poderoso Manchester e resta aos apreciadores do bom futebol não perder qualquer oportunidade de ver os shows consecutivos que este time vem proporcionando.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Chega de Ronaldinho!

Já está todo mundo de saco cheio dessa boataria envolvendo Ronaldinho Gaúcho, Chelsea e Barcelona.
Vamos aos fatos:

1 - Ronaldinho Gaúcho não joga um futebol de nível desde antes da copa de 2006. Antes disso ele era um gênio. Hoje eu acho que, pelo futebol que vem jogando (quando joga) ele não teria lugar nem na seleção olímpica.
2 - Com certeza ele é um dos jogadores mais caros do futebol mundial e me parece que o Barcelona já cansou de sustentar as farras do brasileiro (daí a minha crença de que ele pode mesmo ir para o Chelsea na temporada que vem). O que ele tem que fazer agora é se concentrar em melhorar a forma física e voltar a jogar o futebol que o consagrou pra que a imprensa e o mundo pare de pegar no seu pé e volte a estar a seus pés.
3 - Se as pessoas não soubessem o que o Ronaldinho Gaúcho é capaz de fazer com a bola nos pés, a imprensa não daria tantas notícias sobre um jogador que está parado há tempos. O mundo inteiro está ansioso pela volta do futebol vistoso que fez com que ele fosse comparado a Maradona, mas a cada dia que passa e a cada notícia lida, fica mais difícil de acreditar nessa história.

Vamos às observações alheias:
1 - Existem vários jogadores que estão cercados de puxa-sacos que só atrapalham a sua carreira. Não estou dizendo que o Ronaldinho Gaúcho seja um deles, mas é fato que alguns jogadores, antes mesmo de chegar no time principal, já são tratados por empresários como craques dignos de camisa 10 da seleção canarinho, como se fossem o centro do universo. Muitos destes garotos até têm potencial para ser bons jogadores, muitos deles chegam a apresentar um bom futebol por algum tempo, mas chega uma hora que a fama sobe à cabeça e tudo começa a dar errado. O jogador vira sinônimo de problema e passa a ser persona-non-grata na maioria dos clubes. Vide Adriano, jogador que tinha tudo pra ser o centroavante da seleção brasileira e que há algum tempo foi rejeitado pelo Parma, que não o queria nem de graça.
2 - Não sou contra a figura do empresário no futebol, sou contra ao destaque que esta figura tem tido nos últimos tempos. Empresário não deveria dar entrevista garantindo ou desmentindo transferência. Empresário deveria ser apenas o cara que cuida da parte contratual do jogador de futebol e que seja o gerente da sua carreira e da marca que envolve o seu nome. Marcas de grandes atores e atrizes mundiais são tão - ou mais - valiosas que a marca dos jogadores brasileiros que são hoje destaque no futebol mundial. A diferença é que ninguém sabe o nome do empresário do ator...

Eu até me considero uma pessoa suspeita pra falar sobre o Ronaldinho depois da sua exibição na copa da Alemanha, mas neste post eu acredito ter sido completamente imparcial no que se refere a ele. Seria bom pro Brasil, bom pro Barcelona e principalmente bom para o Ronaldinho vê-lo dedicado e jogando novamente o futebol que encantou o mundo nos dois anos que antecederam a copa. Só depende dele mesmo (esse é o problema).

Incrível! No Baianão, é melhor ser terceiro do que primeiro! E muito melhor do que ser segundo!

Não é de hoje que muito se comenta da "criatividade" dos nossos cartolas para elaborarem fórmulas de campeonatos. A situação no Brasil até tem melhorado nesse sentido, com a estabilização (pelo menos temporária), da fórmula de pontos corridos no brasileirão, séries "A" e "B". Mesmo assim, alguns estaduais ainda aprontam algumas surpresas exóticas nos regulamentos, como no Campeonato Gaúcho de 2005, vencido pelo Inter, que começou em janeiro, foi interrompido e continuou no meio do ano, com o Brasileiro em andamento, só para exemplificar.

Analisando superficialmente a fórmula de disputa do Campeonato Baiano, parece que a mesma está livre desse "mal". Afinal, um campeonato disputado em duas fases, uma com turno e returno, por pontos corridos, com as quatro melhores equipes avançando para um quadrangular também com ida e volta, de onde sai o campeão, parece ter uma fórmula de disputa simples, e até razoavelmente justa, embora não seja a mais justa possível.

Todavia, é justamente no quadrangular que reside a grande incongruência, para não dizer aberração, do nosso baianão: os cruzamentos entre os times.
Isso porque os dois primeiros colocados, que serão Bahia e Vitória da Conquista, só restando definir a ordem entre eles na última rodada da primeira fase, se enfrentam na primeira e na última rodada do quadrangular! Ou seja, as duas melhores equipes do campeonato, que se revezaram na liderança o tempo todo, se enfrentam logo de cara na fase decisiva, estreando com o confronto mais difícil possível, pelo menos em tese e, o que é pior, jogam na última rodada entre si, provavelmente com uma das duas, ou até ambas, precisando do resultado para ganhar o título, enquanto que o terceiro colocado, Vitória (posição da qual não pode sair mais), joga com o quarto colocado, Itabuna, em casa.

Imaginem a situação do segundo colocado, que hoje é o Vitória da Conquista, mas que pode ser o Bahia, servindo a análise para ambos: sua equipe brigou palmo a palmo com o líder o tempo todo, ocupou a liderança do campeonato em alguns momentos, fez uma campanha estável de cabo a rabo, e decide o campeonato fora de casa, contra o melhor time da primeira fase, que provavelmente estará ensandecido lutando pelo título, enquanto vê o terceiro colocado do campeonato, com campanha inferior, decidindo nos seus domínios, contra o quarto colocado, que, pelo menos em tese é o time mais fraco do quadrangular e não deve brigar pelo campeonato.

Claro que tudo isso é teoria, e na hora do quadrangular a situação pode mudar por completo. O Itabuna, por exemplo, que se classificou em quarto, pode aprontar, pois deu uma arrancada impressionante no 2º turno da primeira fase, tem um técnico que já foi campeão baiano com time do interior (Ferreira, do Colo Colo de 2006) e dificultou bastante para os outros times do quadrangular, empatando os dois jogos com o Bahia, o jogo que fez com o Vitória da Conquista (o de volta é domingo), e ganhando do Vitória em casa ( se bem que no Barradão tomou de seis, mas mesmo assim o retrospecto é bom). Mas é justamente esse equilíbrio que deve existir no quadrangular, com os times da capital, favoritos, mostrando ainda muita instabilidade, que pode fazer com que o terceiro colocado seja favorecido por esse estranho regulamento. Afinal, se chegar tudo embolado na última rodada, bom para o Vitória, que decide no Barradão contra o Itabuna, em quem já deu seis, enquanto que o Bahia e o Vitória da Conquista se engalfinham no na cidade onde o Bahia mandar o jogo (Camaçari, provavelmente), ou em Conquista!

Não defendo que os estaduais também sejam de pontos corridos! Já tem o brasileirão assim, sendo campeão o melhor sempre! Prefiro os estaduais com finais mesmo, para aplacar a nossa cultura de mata-mata e emoção em detrimento da justiça. Pontos corridos em tudo ficaria muito chato. Mas acho que os times que fazem melhores campanhas devem ter alguma vantagem nas fases subseqüentes! É um mínimo de justiça do qual não se pode abrir mão!

PS: Só para que não se pense que esse regulamento "brilhante" surgiu sem motivo, cabe uma pequena explicação: ele foi criado antes do baiano de 2007, substituindo turnos com semi-finais e finais por pontos corridos e quadrangular final, para facilitar que Bahia e Vitória, caso não subissem da Série C em 2006 (e o Bahia realmente não subiu), pudessem obter as vagas através do Campeonato Baiano, não correndo o risco de ficar fora até mesmo da última divisão do brasileiro por um eventual confronto precoce entre ambos num mata-mata, ou por uma surpreendente eliminação por um time do interior.

Assim, para que isso acontecesse sem a necessidade de abrir mão de uma final "ba x vi", colocaram o confronto entre o primeiro e o segundo, as sempre prováveis colocações dos dois, na primeira e na última rodada do quadrangular. Ano passado, funcionou em parte, com os dois rivais se enfrentando no eletrizante 6 a 5 Vitória (último ba x vi da fonte), na primeira rodada, mas não funcionou totalmente, pois o ba x vi do Barradão, que deveria ser a "final", foi só um amistoso de luxo, com o título rubro-negro já garantido.

Esse ano, o regulamento teve que ser mantido, pois o Estatuto do Torcedor veda mudanças em menos de dois anos. Todavia, a "mágica" da falsa final ba x vi não funcionou, com o Vitória em terceiro, restando somente a injustiça...

quinta-feira, 27 de março de 2008

Feliz Aniversário!

Minha estréia no Blog será uma homenagem ao Clube Atlético Mineiro e em especial ao nosso amigo, Daniel Carvalho que teve a idéia de criar esse espaço pra a gente escrever sobre futebol.
Em primeiro lugar, Parabéns Cabelo, parabéns ao glorioso CAM e a sua apaixonada torcida, que os próximos 100 anos continuem sendo de "raça e amor" para o time que tem a torcida "mais Baêêêêaaa" das Minas Gerais!
A forma que encontrei de prestar minha modesta homenagem, foi contar algumas lembranças pessoais, relacionadas com a minha maior paixão que é o Esporte Clube Bahia, já que a torcida do Galo entende bem o que é amar incondicionalmente um clube de futebol. Nesses pouco mais de 20 anos, dos 100 da história Atleticana, que acompanho futebol os fatos que acredito nunca sairão da minha cabeça são:
- Durante a fase classificatória do Brasileiro de 1988 estava eu numa tarde de domingo em frente a TV assistindo a um jogo no Mineirão com placar de 1x0 pro Atlético contra o Bahia, o Bahia jogava melhor e conseguimos empatar e eu tinha “certeza” que ganharíamos nos pênaltis(naquele Brasileiro em caso de empate o jogo se decidiria nos Penais), criança acredita que existe justiça no futebol, que quem joga melhor tem que ganhar como se fosse um presente do destino, que quem “rouba perde” em um ato punitivo dos Deuses do futebol, vale a pena ressaltar que não houve, que eu me lembre, nada de irregular na partida. Perdemos nos pênaltis e eu saí da casa de minha avó chorando muito, mesmo não sendo um jogo decisivo, um menino de sete anos costuma ter este comportamento.
- No último jogo da fase classificatória do Brasileiro de 1990, em jogo disputado na Fonte, o Bahia precisava ganhar pra assegurar sua vaga nas quartas e enfrentava o Galo que játava classificado. Foi uma das melhores partidas que presenciei, o melhor time doBahia que acompanhei, fazer. Placar de 2x0 pro tricolor, um gol em cada tempo, um lembro que foi de Charles, o artilheiro daquele certame, o outro se não me engano foi de Luis Henrique ou Naldinho. Eu tinha a “certeza” (essas minhas certezas...) que nos veríamos de novo nas semi, o Atlético acabou em segundo e o Bahia em terceiro entre os oitos que restaram no torneio e pra mim faríamos a final antecipada já que éramos os dois melhores times e eu achava que São Paulo ou Grêmio(quarto e primeiro na classificatória, respectivamente), viesse quem viesse perderia pra um de nóis. Pena que o Galo perdeu as quartas pra aquele time horrível, do anti-futebol e das bolas paradas do Corinthians! Quem sabe a história não seria outra naquela hipotética semi? E eu escaparia de ter tido a maior "decepção" de minha vida naquele início de noite de um domingo (será que meus trauma e repúdios aos domingos vêm daí?) quando fiquei estático nas cadeiras do “saudoso” Octávio Mangabeira, sem consegui acreditar que o sonho do tri foi adiado e que o que foi dito no sábado anterior no Jornal Nacional da rede Globo, “a torcida mais presente e apaixonada do Brasil poderá ter a chance de pela 1ª vez na história fazer a partida decisiva de um campeonato nacional em sua casa”, não iria se concretizar, após o apito final da partida diante do Corinthians em que aquele excelente time do Bahia não conseguiu fazer um golzinho, que era o suficiente pra pegarmos o São Paulo do mestre Telê na finalíssima.
- No fatídico ano de 1997 o Bahia teve um alento no meio do Campeonato Brasileiro, hoje eu poderia dizer que foi o último suspiro, antes da tragédia frente o Juventude na última rodada. O Bahia vinha de cinco ótimos resultados, sendo três fora de casa e tinha reais chances de se classificar entre os 8, caso conseguisse bons resultados nas 4 partidas restantes. E a primeira era contra o Atlético em uma tarde linda de céu azul em Salvador e com a Fonte lotada (lembro que o público oficial foi de pouco mais de 60 mil e eu gritava “isso é roubo, aqui tem mais de 90 mil com certeza”). Pra encurtar a história foi um passeio Atleticano, que cadenciou o jogo no 1º tempo e fez os dois gols da vitória no segundo, se não me engano Marques e Jorginho foram nossos carrascos. Daí pra frente o Bahia não venceu mais nenhum jogo e além de não se classificar pras quartas, foi rebaixado pela 1ª vez pra segunda divisão nacional.
- Bahia e Atlético jogavam pelo Brasileiro de 2003 na Fonte, eu estavav iajando com minha ex-namorada e os pais dela, pois era um feriadão prolongado, já que 21 de Abril (Tiradentes) caiu na segunda logo após o Domingo de Páscoa. Lá em Barra Grande de Camamu o rádio falhava direto e mesmo a gente estando sentado numa barraca de praia, toda hora eu saia da mesa e ia pro carro tentar saber quanto estava o jogo. Placar final 4x2 pro Galo e mesmo sendo um sábado (sábado de aleluia) e a gente ainda tinha dois dias pra aproveitar naquele paraíso, meu feriado foi estragado, pois passei o resto dos dias de mal-humor. Dessa viagem em diante, Renata, que até gostava do Bahia, passou a ter ódio mortal e dizia que o Bahia me fazia mal e ainda atrapalhava os momentos de lazer nosso, hoje ela já voltou a admirar a maior religião do estado da Bahia, ninguém conseguee squecer o encanto que o BaêêÊa proporciona, hehehehe!
- Me recordo dos belos confrontos pela Copa do Brasil de 99 e 2002, (o jogo da volta de 2002 que terminou 4x3 pro Bahia e mesmo assim classificou o Atlético, aconteceu em um dia marcante pra mim, foi meu 1º dia de trabalho em uma empresa de Engenharia) onde cada um passou de fase em uma ocasião, mesmo com o último jogo acontecendo na casa do adversário.
- Teve o 3x1 pro Bahia na Copa dos Campeões de 2002, em que comemorei o 1º gol como profissional de um amigo, Dudu, quem eu achava que daria muitas alegrias a nação tricolor.
- Não esqueço aquela “chuva de gols”, 5x3 pelo Brasileiro de 2002, em um jogo com 3 viradas e que se o Bahia não tivesse vencido, teria se complicado muito na tabela.
- E aquele épico 4x0 pelo Brasileiro de 2001? Com aquele golaço de Nonato que Marcelo Dejean (foi ele não foi?) ao tomar um belo “banho” procura a bola até hoje. Pra chegar a Fonte naquele dia eu, meu amigo Pará e nossas namoradas participamos de uma odisséia. Acordamos 7 da manhã em Morro de São Paulo, após termos ido dormi mais de 4:30 da madrugada, pegamos fila na Balsa que nos levou até Valença, onde alugamos um táxi até o terminal de Bom Despacho na Ilha de Itaparica, pegamos fila no Ferry-Boat, que nos levou até Salvador, onde pegamos outro táxi até nossas casas, tomamos banho, nos arrumamos, almoçamos(dessa vez só eu e Pará, as meninas não foram ao jogo, acho que o ódio de Renata pelo Bahia começou a nascer nesse dia) em 15 minutos e deu tempo de chegarmos antes do Bahia pisar no gramado.
Sendo assim tenho que dizer que parte da história centenária Atleticana se confunde com minha relação com o futebol, que ela fez parte do caso de amor, desilusões, alegrias e tristezas minhas com o meu querido tricolor de aço. Parabéns Atlético, Parabéns a "famosa" Galoucura, Parabéns amigo, Cabelo, que vocês sejam sempre fortes e vingadores, pois vocês fazem parte do patrimônio cultural da minha querida e de raízes sanguíneas Minas Gerais e do próprio patrimônio do futebol brasileiro.Abraço a todos, Peu.

terça-feira, 25 de março de 2008

O Caso Kléber

O post do colega Cabelo sobre violência no futebol levantou uma discussão ao colocar o caso Kléber como menos grave do que simulações de contusões, como Malaquias, Rivaldo e Dida e ao colocar no mesmo patamar de lances acidentais como o de Taylor com Eduardo da Silva.
Ontem saiu a punição de Kléber, 3 jogos de suspensão. E como discordei desde o começo da história, volto a escrever sobre o assunto.
A suspensão por 3 jogos foi muito confortável pro Palmeiras. Kléber ficará de fora do final da primeira fase e volta nas semi-finais, que é quando realmente interessa.
Acho ridículo enquadrar essa agressão como "ato hostil". Achei no mínimo tão grave quanto o chute de Túlio em Leandro pelo brasileiro do ano passado, quando o botafoguense levou os 120 dias, acabou cumprindo apenas 60, mas ficou de fora do restante do brasileiro. Muito mais suave foi o desentendimento de Valdívia e Gavilán, quando o chileno levou 4 jogos. Não tenho dúvidas de que a cotovelada foi uma agressão, e para tanto existe uma punição prevista em lei: suspensão mínima de 120 dias. Se essa suspensão é exagerada ou não são outros quinhentos, que seja revista a lei.
O que não pode continuar é o abrandamento da pena em casos como esse, encaixando-os como ato hostil, devido a punição realmente severa em casos de agressão.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Atualização de Blog: Vadão não é mais técnico do Vitória.

Vocês não irão em ver escrevendo muito sobre o Vitória, mas só para o blog não ficar desatualizado, depois de reunião hoje, foi decidido, apesar dos justos apelos do nosso amigo Lion Man, que Vadão não é mais técnico do Vitória. Assume interinamente o ex-zagueiro rubro-negro Flávio Tanajura.

Para o seu lugar, em definitivo, vem sendo especulado Vágner Mancini, campeão da Copa do Brasil em 2005 pelo Paulista, que recentemente foi contratado, e logo despedido, pelo Grêmio, por motivos ainda um tanto quanto obscuros. É esperar para ver as próximas horas.

Não parece ter sido uma decisão acertada. Trocar um treinador experiente, com currículo, e com serviços prestados ao próprio Vitória, por um que, apesar da Copa do Brasil conquistada, ainda é novato e inexperiente em Série A, prioridade do rubro-negro esse ano, é, digamos, no mínimo arriscado. É sentar e esperar.

Não me estenderei muito. Deixo isso para pessoa mais habilitada no que diz respeito ao time objeto desta postagem fazê-lo.