Não é de hoje que muito se comenta da "criatividade" dos nossos cartolas para elaborarem fórmulas de campeonatos. A situação no Brasil até tem melhorado nesse sentido, com a estabilização (pelo menos temporária), da fórmula de pontos corridos no brasileirão, séries "A" e "B". Mesmo assim, alguns estaduais ainda aprontam algumas surpresas exóticas nos regulamentos, como no Campeonato Gaúcho de 2005, vencido pelo Inter, que começou em janeiro, foi interrompido e continuou no meio do ano, com o Brasileiro em andamento, só para exemplificar.
Analisando superficialmente a fórmula de disputa do Campeonato Baiano, parece que a mesma está livre desse "mal". Afinal, um campeonato disputado em duas fases, uma com turno e returno, por pontos corridos, com as quatro melhores equipes avançando para um quadrangular também com ida e volta, de onde sai o campeão, parece ter uma fórmula de disputa simples, e até razoavelmente justa, embora não seja a mais justa possível.
Todavia, é justamente no quadrangular que reside a grande incongruência, para não dizer aberração, do nosso baianão: os cruzamentos entre os times.
Analisando superficialmente a fórmula de disputa do Campeonato Baiano, parece que a mesma está livre desse "mal". Afinal, um campeonato disputado em duas fases, uma com turno e returno, por pontos corridos, com as quatro melhores equipes avançando para um quadrangular também com ida e volta, de onde sai o campeão, parece ter uma fórmula de disputa simples, e até razoavelmente justa, embora não seja a mais justa possível.
Todavia, é justamente no quadrangular que reside a grande incongruência, para não dizer aberração, do nosso baianão: os cruzamentos entre os times.
Isso porque os dois primeiros colocados, que serão Bahia e Vitória da Conquista, só restando definir a ordem entre eles na última rodada da primeira fase, se enfrentam na primeira e na última rodada do quadrangular! Ou seja, as duas melhores equipes do campeonato, que se revezaram na liderança o tempo todo, se enfrentam logo de cara na fase decisiva, estreando com o confronto mais difícil possível, pelo menos em tese e, o que é pior, jogam na última rodada entre si, provavelmente com uma das duas, ou até ambas, precisando do resultado para ganhar o título, enquanto que o terceiro colocado, Vitória (posição da qual não pode sair mais), joga com o quarto colocado, Itabuna, em casa.
Imaginem a situação do segundo colocado, que hoje é o Vitória da Conquista, mas que pode ser o Bahia, servindo a análise para ambos: sua equipe brigou palmo a palmo com o líder o tempo todo, ocupou a liderança do campeonato em alguns momentos, fez uma campanha estável de cabo a rabo, e decide o campeonato fora de casa, contra o melhor time da primeira fase, que provavelmente estará ensandecido lutando pelo título, enquanto vê o terceiro colocado do campeonato, com campanha inferior, decidindo nos seus domínios, contra o quarto colocado, que, pelo menos em tese é o time mais fraco do quadrangular e não deve brigar pelo campeonato.
Claro que tudo isso é teoria, e na hora do quadrangular a situação pode mudar por completo. O Itabuna, por exemplo, que se classificou em quarto, pode aprontar, pois deu uma arrancada impressionante no 2º turno da primeira fase, tem um técnico que já foi campeão baiano com time do interior (Ferreira, do Colo Colo de 2006) e dificultou bastante para os outros times do quadrangular, empatando os dois jogos com o Bahia, o jogo que fez com o Vitória da Conquista (o de volta é domingo), e ganhando do Vitória em casa ( se bem que no Barradão tomou de seis, mas mesmo assim o retrospecto é bom). Mas é justamente esse equilíbrio que deve existir no quadrangular, com os times da capital, favoritos, mostrando ainda muita instabilidade, que pode fazer com que o terceiro colocado seja favorecido por esse estranho regulamento. Afinal, se chegar tudo embolado na última rodada, bom para o Vitória, que decide no Barradão contra o Itabuna, em quem já deu seis, enquanto que o Bahia e o Vitória da Conquista se engalfinham no na cidade onde o Bahia mandar o jogo (Camaçari, provavelmente), ou em Conquista!
Não defendo que os estaduais também sejam de pontos corridos! Já tem o brasileirão assim, sendo campeão o melhor sempre! Prefiro os estaduais com finais mesmo, para aplacar a nossa cultura de mata-mata e emoção em detrimento da justiça. Pontos corridos em tudo ficaria muito chato. Mas acho que os times que fazem melhores campanhas devem ter alguma vantagem nas fases subseqüentes! É um mínimo de justiça do qual não se pode abrir mão!
PS: Só para que não se pense que esse regulamento "brilhante" surgiu sem motivo, cabe uma pequena explicação: ele foi criado antes do baiano de 2007, substituindo turnos com semi-finais e finais por pontos corridos e quadrangular final, para facilitar que Bahia e Vitória, caso não subissem da Série C em 2006 (e o Bahia realmente não subiu), pudessem obter as vagas através do Campeonato Baiano, não correndo o risco de ficar fora até mesmo da última divisão do brasileiro por um eventual confronto precoce entre ambos num mata-mata, ou por uma surpreendente eliminação por um time do interior.
Assim, para que isso acontecesse sem a necessidade de abrir mão de uma final "ba x vi", colocaram o confronto entre o primeiro e o segundo, as sempre prováveis colocações dos dois, na primeira e na última rodada do quadrangular. Ano passado, funcionou em parte, com os dois rivais se enfrentando no eletrizante 6 a 5 Vitória (último ba x vi da fonte), na primeira rodada, mas não funcionou totalmente, pois o ba x vi do Barradão, que deveria ser a "final", foi só um amistoso de luxo, com o título rubro-negro já garantido.
Esse ano, o regulamento teve que ser mantido, pois o Estatuto do Torcedor veda mudanças em menos de dois anos. Todavia, a "mágica" da falsa final ba x vi não funcionou, com o Vitória em terceiro, restando somente a injustiça...
Imaginem a situação do segundo colocado, que hoje é o Vitória da Conquista, mas que pode ser o Bahia, servindo a análise para ambos: sua equipe brigou palmo a palmo com o líder o tempo todo, ocupou a liderança do campeonato em alguns momentos, fez uma campanha estável de cabo a rabo, e decide o campeonato fora de casa, contra o melhor time da primeira fase, que provavelmente estará ensandecido lutando pelo título, enquanto vê o terceiro colocado do campeonato, com campanha inferior, decidindo nos seus domínios, contra o quarto colocado, que, pelo menos em tese é o time mais fraco do quadrangular e não deve brigar pelo campeonato.
Claro que tudo isso é teoria, e na hora do quadrangular a situação pode mudar por completo. O Itabuna, por exemplo, que se classificou em quarto, pode aprontar, pois deu uma arrancada impressionante no 2º turno da primeira fase, tem um técnico que já foi campeão baiano com time do interior (Ferreira, do Colo Colo de 2006) e dificultou bastante para os outros times do quadrangular, empatando os dois jogos com o Bahia, o jogo que fez com o Vitória da Conquista (o de volta é domingo), e ganhando do Vitória em casa ( se bem que no Barradão tomou de seis, mas mesmo assim o retrospecto é bom). Mas é justamente esse equilíbrio que deve existir no quadrangular, com os times da capital, favoritos, mostrando ainda muita instabilidade, que pode fazer com que o terceiro colocado seja favorecido por esse estranho regulamento. Afinal, se chegar tudo embolado na última rodada, bom para o Vitória, que decide no Barradão contra o Itabuna, em quem já deu seis, enquanto que o Bahia e o Vitória da Conquista se engalfinham no na cidade onde o Bahia mandar o jogo (Camaçari, provavelmente), ou em Conquista!
Não defendo que os estaduais também sejam de pontos corridos! Já tem o brasileirão assim, sendo campeão o melhor sempre! Prefiro os estaduais com finais mesmo, para aplacar a nossa cultura de mata-mata e emoção em detrimento da justiça. Pontos corridos em tudo ficaria muito chato. Mas acho que os times que fazem melhores campanhas devem ter alguma vantagem nas fases subseqüentes! É um mínimo de justiça do qual não se pode abrir mão!
PS: Só para que não se pense que esse regulamento "brilhante" surgiu sem motivo, cabe uma pequena explicação: ele foi criado antes do baiano de 2007, substituindo turnos com semi-finais e finais por pontos corridos e quadrangular final, para facilitar que Bahia e Vitória, caso não subissem da Série C em 2006 (e o Bahia realmente não subiu), pudessem obter as vagas através do Campeonato Baiano, não correndo o risco de ficar fora até mesmo da última divisão do brasileiro por um eventual confronto precoce entre ambos num mata-mata, ou por uma surpreendente eliminação por um time do interior.
Assim, para que isso acontecesse sem a necessidade de abrir mão de uma final "ba x vi", colocaram o confronto entre o primeiro e o segundo, as sempre prováveis colocações dos dois, na primeira e na última rodada do quadrangular. Ano passado, funcionou em parte, com os dois rivais se enfrentando no eletrizante 6 a 5 Vitória (último ba x vi da fonte), na primeira rodada, mas não funcionou totalmente, pois o ba x vi do Barradão, que deveria ser a "final", foi só um amistoso de luxo, com o título rubro-negro já garantido.
Esse ano, o regulamento teve que ser mantido, pois o Estatuto do Torcedor veda mudanças em menos de dois anos. Todavia, a "mágica" da falsa final ba x vi não funcionou, com o Vitória em terceiro, restando somente a injustiça...
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