sexta-feira, 28 de março de 2008

Chega de Ronaldinho!

Já está todo mundo de saco cheio dessa boataria envolvendo Ronaldinho Gaúcho, Chelsea e Barcelona.
Vamos aos fatos:

1 - Ronaldinho Gaúcho não joga um futebol de nível desde antes da copa de 2006. Antes disso ele era um gênio. Hoje eu acho que, pelo futebol que vem jogando (quando joga) ele não teria lugar nem na seleção olímpica.
2 - Com certeza ele é um dos jogadores mais caros do futebol mundial e me parece que o Barcelona já cansou de sustentar as farras do brasileiro (daí a minha crença de que ele pode mesmo ir para o Chelsea na temporada que vem). O que ele tem que fazer agora é se concentrar em melhorar a forma física e voltar a jogar o futebol que o consagrou pra que a imprensa e o mundo pare de pegar no seu pé e volte a estar a seus pés.
3 - Se as pessoas não soubessem o que o Ronaldinho Gaúcho é capaz de fazer com a bola nos pés, a imprensa não daria tantas notícias sobre um jogador que está parado há tempos. O mundo inteiro está ansioso pela volta do futebol vistoso que fez com que ele fosse comparado a Maradona, mas a cada dia que passa e a cada notícia lida, fica mais difícil de acreditar nessa história.

Vamos às observações alheias:
1 - Existem vários jogadores que estão cercados de puxa-sacos que só atrapalham a sua carreira. Não estou dizendo que o Ronaldinho Gaúcho seja um deles, mas é fato que alguns jogadores, antes mesmo de chegar no time principal, já são tratados por empresários como craques dignos de camisa 10 da seleção canarinho, como se fossem o centro do universo. Muitos destes garotos até têm potencial para ser bons jogadores, muitos deles chegam a apresentar um bom futebol por algum tempo, mas chega uma hora que a fama sobe à cabeça e tudo começa a dar errado. O jogador vira sinônimo de problema e passa a ser persona-non-grata na maioria dos clubes. Vide Adriano, jogador que tinha tudo pra ser o centroavante da seleção brasileira e que há algum tempo foi rejeitado pelo Parma, que não o queria nem de graça.
2 - Não sou contra a figura do empresário no futebol, sou contra ao destaque que esta figura tem tido nos últimos tempos. Empresário não deveria dar entrevista garantindo ou desmentindo transferência. Empresário deveria ser apenas o cara que cuida da parte contratual do jogador de futebol e que seja o gerente da sua carreira e da marca que envolve o seu nome. Marcas de grandes atores e atrizes mundiais são tão - ou mais - valiosas que a marca dos jogadores brasileiros que são hoje destaque no futebol mundial. A diferença é que ninguém sabe o nome do empresário do ator...

Eu até me considero uma pessoa suspeita pra falar sobre o Ronaldinho depois da sua exibição na copa da Alemanha, mas neste post eu acredito ter sido completamente imparcial no que se refere a ele. Seria bom pro Brasil, bom pro Barcelona e principalmente bom para o Ronaldinho vê-lo dedicado e jogando novamente o futebol que encantou o mundo nos dois anos que antecederam a copa. Só depende dele mesmo (esse é o problema).

Incrível! No Baianão, é melhor ser terceiro do que primeiro! E muito melhor do que ser segundo!

Não é de hoje que muito se comenta da "criatividade" dos nossos cartolas para elaborarem fórmulas de campeonatos. A situação no Brasil até tem melhorado nesse sentido, com a estabilização (pelo menos temporária), da fórmula de pontos corridos no brasileirão, séries "A" e "B". Mesmo assim, alguns estaduais ainda aprontam algumas surpresas exóticas nos regulamentos, como no Campeonato Gaúcho de 2005, vencido pelo Inter, que começou em janeiro, foi interrompido e continuou no meio do ano, com o Brasileiro em andamento, só para exemplificar.

Analisando superficialmente a fórmula de disputa do Campeonato Baiano, parece que a mesma está livre desse "mal". Afinal, um campeonato disputado em duas fases, uma com turno e returno, por pontos corridos, com as quatro melhores equipes avançando para um quadrangular também com ida e volta, de onde sai o campeão, parece ter uma fórmula de disputa simples, e até razoavelmente justa, embora não seja a mais justa possível.

Todavia, é justamente no quadrangular que reside a grande incongruência, para não dizer aberração, do nosso baianão: os cruzamentos entre os times.
Isso porque os dois primeiros colocados, que serão Bahia e Vitória da Conquista, só restando definir a ordem entre eles na última rodada da primeira fase, se enfrentam na primeira e na última rodada do quadrangular! Ou seja, as duas melhores equipes do campeonato, que se revezaram na liderança o tempo todo, se enfrentam logo de cara na fase decisiva, estreando com o confronto mais difícil possível, pelo menos em tese e, o que é pior, jogam na última rodada entre si, provavelmente com uma das duas, ou até ambas, precisando do resultado para ganhar o título, enquanto que o terceiro colocado, Vitória (posição da qual não pode sair mais), joga com o quarto colocado, Itabuna, em casa.

Imaginem a situação do segundo colocado, que hoje é o Vitória da Conquista, mas que pode ser o Bahia, servindo a análise para ambos: sua equipe brigou palmo a palmo com o líder o tempo todo, ocupou a liderança do campeonato em alguns momentos, fez uma campanha estável de cabo a rabo, e decide o campeonato fora de casa, contra o melhor time da primeira fase, que provavelmente estará ensandecido lutando pelo título, enquanto vê o terceiro colocado do campeonato, com campanha inferior, decidindo nos seus domínios, contra o quarto colocado, que, pelo menos em tese é o time mais fraco do quadrangular e não deve brigar pelo campeonato.

Claro que tudo isso é teoria, e na hora do quadrangular a situação pode mudar por completo. O Itabuna, por exemplo, que se classificou em quarto, pode aprontar, pois deu uma arrancada impressionante no 2º turno da primeira fase, tem um técnico que já foi campeão baiano com time do interior (Ferreira, do Colo Colo de 2006) e dificultou bastante para os outros times do quadrangular, empatando os dois jogos com o Bahia, o jogo que fez com o Vitória da Conquista (o de volta é domingo), e ganhando do Vitória em casa ( se bem que no Barradão tomou de seis, mas mesmo assim o retrospecto é bom). Mas é justamente esse equilíbrio que deve existir no quadrangular, com os times da capital, favoritos, mostrando ainda muita instabilidade, que pode fazer com que o terceiro colocado seja favorecido por esse estranho regulamento. Afinal, se chegar tudo embolado na última rodada, bom para o Vitória, que decide no Barradão contra o Itabuna, em quem já deu seis, enquanto que o Bahia e o Vitória da Conquista se engalfinham no na cidade onde o Bahia mandar o jogo (Camaçari, provavelmente), ou em Conquista!

Não defendo que os estaduais também sejam de pontos corridos! Já tem o brasileirão assim, sendo campeão o melhor sempre! Prefiro os estaduais com finais mesmo, para aplacar a nossa cultura de mata-mata e emoção em detrimento da justiça. Pontos corridos em tudo ficaria muito chato. Mas acho que os times que fazem melhores campanhas devem ter alguma vantagem nas fases subseqüentes! É um mínimo de justiça do qual não se pode abrir mão!

PS: Só para que não se pense que esse regulamento "brilhante" surgiu sem motivo, cabe uma pequena explicação: ele foi criado antes do baiano de 2007, substituindo turnos com semi-finais e finais por pontos corridos e quadrangular final, para facilitar que Bahia e Vitória, caso não subissem da Série C em 2006 (e o Bahia realmente não subiu), pudessem obter as vagas através do Campeonato Baiano, não correndo o risco de ficar fora até mesmo da última divisão do brasileiro por um eventual confronto precoce entre ambos num mata-mata, ou por uma surpreendente eliminação por um time do interior.

Assim, para que isso acontecesse sem a necessidade de abrir mão de uma final "ba x vi", colocaram o confronto entre o primeiro e o segundo, as sempre prováveis colocações dos dois, na primeira e na última rodada do quadrangular. Ano passado, funcionou em parte, com os dois rivais se enfrentando no eletrizante 6 a 5 Vitória (último ba x vi da fonte), na primeira rodada, mas não funcionou totalmente, pois o ba x vi do Barradão, que deveria ser a "final", foi só um amistoso de luxo, com o título rubro-negro já garantido.

Esse ano, o regulamento teve que ser mantido, pois o Estatuto do Torcedor veda mudanças em menos de dois anos. Todavia, a "mágica" da falsa final ba x vi não funcionou, com o Vitória em terceiro, restando somente a injustiça...

quinta-feira, 27 de março de 2008

Feliz Aniversário!

Minha estréia no Blog será uma homenagem ao Clube Atlético Mineiro e em especial ao nosso amigo, Daniel Carvalho que teve a idéia de criar esse espaço pra a gente escrever sobre futebol.
Em primeiro lugar, Parabéns Cabelo, parabéns ao glorioso CAM e a sua apaixonada torcida, que os próximos 100 anos continuem sendo de "raça e amor" para o time que tem a torcida "mais Baêêêêaaa" das Minas Gerais!
A forma que encontrei de prestar minha modesta homenagem, foi contar algumas lembranças pessoais, relacionadas com a minha maior paixão que é o Esporte Clube Bahia, já que a torcida do Galo entende bem o que é amar incondicionalmente um clube de futebol. Nesses pouco mais de 20 anos, dos 100 da história Atleticana, que acompanho futebol os fatos que acredito nunca sairão da minha cabeça são:
- Durante a fase classificatória do Brasileiro de 1988 estava eu numa tarde de domingo em frente a TV assistindo a um jogo no Mineirão com placar de 1x0 pro Atlético contra o Bahia, o Bahia jogava melhor e conseguimos empatar e eu tinha “certeza” que ganharíamos nos pênaltis(naquele Brasileiro em caso de empate o jogo se decidiria nos Penais), criança acredita que existe justiça no futebol, que quem joga melhor tem que ganhar como se fosse um presente do destino, que quem “rouba perde” em um ato punitivo dos Deuses do futebol, vale a pena ressaltar que não houve, que eu me lembre, nada de irregular na partida. Perdemos nos pênaltis e eu saí da casa de minha avó chorando muito, mesmo não sendo um jogo decisivo, um menino de sete anos costuma ter este comportamento.
- No último jogo da fase classificatória do Brasileiro de 1990, em jogo disputado na Fonte, o Bahia precisava ganhar pra assegurar sua vaga nas quartas e enfrentava o Galo que játava classificado. Foi uma das melhores partidas que presenciei, o melhor time doBahia que acompanhei, fazer. Placar de 2x0 pro tricolor, um gol em cada tempo, um lembro que foi de Charles, o artilheiro daquele certame, o outro se não me engano foi de Luis Henrique ou Naldinho. Eu tinha a “certeza” (essas minhas certezas...) que nos veríamos de novo nas semi, o Atlético acabou em segundo e o Bahia em terceiro entre os oitos que restaram no torneio e pra mim faríamos a final antecipada já que éramos os dois melhores times e eu achava que São Paulo ou Grêmio(quarto e primeiro na classificatória, respectivamente), viesse quem viesse perderia pra um de nóis. Pena que o Galo perdeu as quartas pra aquele time horrível, do anti-futebol e das bolas paradas do Corinthians! Quem sabe a história não seria outra naquela hipotética semi? E eu escaparia de ter tido a maior "decepção" de minha vida naquele início de noite de um domingo (será que meus trauma e repúdios aos domingos vêm daí?) quando fiquei estático nas cadeiras do “saudoso” Octávio Mangabeira, sem consegui acreditar que o sonho do tri foi adiado e que o que foi dito no sábado anterior no Jornal Nacional da rede Globo, “a torcida mais presente e apaixonada do Brasil poderá ter a chance de pela 1ª vez na história fazer a partida decisiva de um campeonato nacional em sua casa”, não iria se concretizar, após o apito final da partida diante do Corinthians em que aquele excelente time do Bahia não conseguiu fazer um golzinho, que era o suficiente pra pegarmos o São Paulo do mestre Telê na finalíssima.
- No fatídico ano de 1997 o Bahia teve um alento no meio do Campeonato Brasileiro, hoje eu poderia dizer que foi o último suspiro, antes da tragédia frente o Juventude na última rodada. O Bahia vinha de cinco ótimos resultados, sendo três fora de casa e tinha reais chances de se classificar entre os 8, caso conseguisse bons resultados nas 4 partidas restantes. E a primeira era contra o Atlético em uma tarde linda de céu azul em Salvador e com a Fonte lotada (lembro que o público oficial foi de pouco mais de 60 mil e eu gritava “isso é roubo, aqui tem mais de 90 mil com certeza”). Pra encurtar a história foi um passeio Atleticano, que cadenciou o jogo no 1º tempo e fez os dois gols da vitória no segundo, se não me engano Marques e Jorginho foram nossos carrascos. Daí pra frente o Bahia não venceu mais nenhum jogo e além de não se classificar pras quartas, foi rebaixado pela 1ª vez pra segunda divisão nacional.
- Bahia e Atlético jogavam pelo Brasileiro de 2003 na Fonte, eu estavav iajando com minha ex-namorada e os pais dela, pois era um feriadão prolongado, já que 21 de Abril (Tiradentes) caiu na segunda logo após o Domingo de Páscoa. Lá em Barra Grande de Camamu o rádio falhava direto e mesmo a gente estando sentado numa barraca de praia, toda hora eu saia da mesa e ia pro carro tentar saber quanto estava o jogo. Placar final 4x2 pro Galo e mesmo sendo um sábado (sábado de aleluia) e a gente ainda tinha dois dias pra aproveitar naquele paraíso, meu feriado foi estragado, pois passei o resto dos dias de mal-humor. Dessa viagem em diante, Renata, que até gostava do Bahia, passou a ter ódio mortal e dizia que o Bahia me fazia mal e ainda atrapalhava os momentos de lazer nosso, hoje ela já voltou a admirar a maior religião do estado da Bahia, ninguém conseguee squecer o encanto que o BaêêÊa proporciona, hehehehe!
- Me recordo dos belos confrontos pela Copa do Brasil de 99 e 2002, (o jogo da volta de 2002 que terminou 4x3 pro Bahia e mesmo assim classificou o Atlético, aconteceu em um dia marcante pra mim, foi meu 1º dia de trabalho em uma empresa de Engenharia) onde cada um passou de fase em uma ocasião, mesmo com o último jogo acontecendo na casa do adversário.
- Teve o 3x1 pro Bahia na Copa dos Campeões de 2002, em que comemorei o 1º gol como profissional de um amigo, Dudu, quem eu achava que daria muitas alegrias a nação tricolor.
- Não esqueço aquela “chuva de gols”, 5x3 pelo Brasileiro de 2002, em um jogo com 3 viradas e que se o Bahia não tivesse vencido, teria se complicado muito na tabela.
- E aquele épico 4x0 pelo Brasileiro de 2001? Com aquele golaço de Nonato que Marcelo Dejean (foi ele não foi?) ao tomar um belo “banho” procura a bola até hoje. Pra chegar a Fonte naquele dia eu, meu amigo Pará e nossas namoradas participamos de uma odisséia. Acordamos 7 da manhã em Morro de São Paulo, após termos ido dormi mais de 4:30 da madrugada, pegamos fila na Balsa que nos levou até Valença, onde alugamos um táxi até o terminal de Bom Despacho na Ilha de Itaparica, pegamos fila no Ferry-Boat, que nos levou até Salvador, onde pegamos outro táxi até nossas casas, tomamos banho, nos arrumamos, almoçamos(dessa vez só eu e Pará, as meninas não foram ao jogo, acho que o ódio de Renata pelo Bahia começou a nascer nesse dia) em 15 minutos e deu tempo de chegarmos antes do Bahia pisar no gramado.
Sendo assim tenho que dizer que parte da história centenária Atleticana se confunde com minha relação com o futebol, que ela fez parte do caso de amor, desilusões, alegrias e tristezas minhas com o meu querido tricolor de aço. Parabéns Atlético, Parabéns a "famosa" Galoucura, Parabéns amigo, Cabelo, que vocês sejam sempre fortes e vingadores, pois vocês fazem parte do patrimônio cultural da minha querida e de raízes sanguíneas Minas Gerais e do próprio patrimônio do futebol brasileiro.Abraço a todos, Peu.

terça-feira, 25 de março de 2008

O Caso Kléber

O post do colega Cabelo sobre violência no futebol levantou uma discussão ao colocar o caso Kléber como menos grave do que simulações de contusões, como Malaquias, Rivaldo e Dida e ao colocar no mesmo patamar de lances acidentais como o de Taylor com Eduardo da Silva.
Ontem saiu a punição de Kléber, 3 jogos de suspensão. E como discordei desde o começo da história, volto a escrever sobre o assunto.
A suspensão por 3 jogos foi muito confortável pro Palmeiras. Kléber ficará de fora do final da primeira fase e volta nas semi-finais, que é quando realmente interessa.
Acho ridículo enquadrar essa agressão como "ato hostil". Achei no mínimo tão grave quanto o chute de Túlio em Leandro pelo brasileiro do ano passado, quando o botafoguense levou os 120 dias, acabou cumprindo apenas 60, mas ficou de fora do restante do brasileiro. Muito mais suave foi o desentendimento de Valdívia e Gavilán, quando o chileno levou 4 jogos. Não tenho dúvidas de que a cotovelada foi uma agressão, e para tanto existe uma punição prevista em lei: suspensão mínima de 120 dias. Se essa suspensão é exagerada ou não são outros quinhentos, que seja revista a lei.
O que não pode continuar é o abrandamento da pena em casos como esse, encaixando-os como ato hostil, devido a punição realmente severa em casos de agressão.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Atualização de Blog: Vadão não é mais técnico do Vitória.

Vocês não irão em ver escrevendo muito sobre o Vitória, mas só para o blog não ficar desatualizado, depois de reunião hoje, foi decidido, apesar dos justos apelos do nosso amigo Lion Man, que Vadão não é mais técnico do Vitória. Assume interinamente o ex-zagueiro rubro-negro Flávio Tanajura.

Para o seu lugar, em definitivo, vem sendo especulado Vágner Mancini, campeão da Copa do Brasil em 2005 pelo Paulista, que recentemente foi contratado, e logo despedido, pelo Grêmio, por motivos ainda um tanto quanto obscuros. É esperar para ver as próximas horas.

Não parece ter sido uma decisão acertada. Trocar um treinador experiente, com currículo, e com serviços prestados ao próprio Vitória, por um que, apesar da Copa do Brasil conquistada, ainda é novato e inexperiente em Série A, prioridade do rubro-negro esse ano, é, digamos, no mínimo arriscado. É sentar e esperar.

Não me estenderei muito. Deixo isso para pessoa mais habilitada no que diz respeito ao time objeto desta postagem fazê-lo.

Manchester United e Chelsea: favoritos a tudo?


Analisando blogs e "sites" especializados em futebol europeu, programas esportivos de tv fechada e até mesmo a enquete do nosso blog, vê-se a quase unanimidade que se formou em torno do favoritismo de Manchester United e Chelsea para brigar pelo título das comeptoções que disputam, mais precisamente da Premiership e da Uefa Champions League. De fato, esse favoritismo atribuído tem fundamento, ainda mais depois das contundentes atuações dessas equipes nos clássicos de ontem, contra Liverpool e Arsenal, respectivamente.

O Manchester United vem apresentando um futebol eficiente e vistoso, com Cristiano Ronaldo em fase esplendorosa, fazendo gol de tudo que é jeito, mostrando que é, hoje, um jogador praticamente completo em relação a fundamentos, aliando habilidade com técnica e eficiência. Ontem, vez um gol típico de centroavante, que não é, se antecipando de cabeça a Pepe Reina. Waine Rooney, por sua vez, se tornou um coadjuvante de luxo. E não há qualquer intenção pejorativa aqui. O inglês, na minha modesta opinião o melhor em campo ontem, vem colaborando bastante para o sucesso do time, talvez até rendendo mais com todos os holofotes apontados para Ronaldo.

Além das duas principais estrelas, outros jogadores do elenco também estão em ótima fase, colaborando imensamente para a bem sucedida campanha dos red devils tanto em âmbito europeu como no doméstico, como, por exemplo, Carlitos Tevez, sempre decisivo, tanto quando inicia o jogo, como quando entra no decorrer da partida, marcando importantes gols em momentos finais de jogos difíceis, como contra o Tottenham e o Lyon, para exemplificar. Além do argentino, podemos citar ainda os zagueiros Ferdinand e Vidic, o brasileiro Anderson, se firmando em função que não estava habituado, e o jovem português Nani, sempre entrando bem nas partidas. Isso para não falar em Giggs e Scholes, o que seria lugar comum. Enfim, o United é, de fato, um time fortíssimo, muito provavelmente o melhor do mundo.

Todavia, o Chelsea não fica atrás. Depois de muito tempo, tem o seu fantástico elenco todo a disposição, sem lesões que afastem seus jogadores, a ponto de, na partida de ontem, o antes badalado Shevchenko sequer ter figurado no banco de reservas, mesmo apto. Em relação à forma atual, ninguém no mundo o supera, tendo perdido apenas uma partida em 2008 no tempo normal, justamente a mais improvável, contra o Barnsley FC, na FA Cup (contra o Tottenham, na final da Carling Cup, perdeu na prorrogação).

O time parece ter superado a saída de José Mourinho, sendo o principal mérito de Avam Grant ter mantido o jeito do time jogar, e vem crescendo, tanto tecnicamente como fisicamente, no momento mais agudo da temporada. Jogadores importantes como Lampard e Ballack estão, aos poucos, voltando a jogar o que podem, com o alemão finalmente se encaixando na equipe londrina. E Drogba cada vez mais mostra o quanto cresce em momentos decisivos. É impressionate o poder de decisão do marfinense, que sempre faz gols em finais(marcou nas duas últimas da Copa da Liga e fez o do título na última Copa da Inglaterra) e em clássicos como o de ontem.

Porém, apesar de realmente esses dois times serem os que estão em melhor momento na europa, é bom lembrar que, no ano passado, os dois também chegaram como favoritos nas fases finais da champions league e brigavam, um com o outro, pela Premier League e pela FA Cup. Assim, justamente por se sentirem na obrigação de vitória em todas as competições, chegaram fisicamente esfacelados no final da temporada, sendo eliminados nas semifinais da UCL por Milan e Liverpool, restando para o Manchester United a liga e para o Chelsea a copa, o que não é pouco, mas ficou com um gosto de frustração por uma tríplice coroa que poderia ter ido para qualquer dos dois, em razão dos poderosos elencos, e não foi.

Em favor dos dois grandes da Inglaterra, esse ano, está o fato de possuírem elencos ainda mais poderosos e numerosos do que no ano passado, com o Manchester possuindo hoje importantes nomes que não tinha outrora, como Tevez, Anderson, Nani e Hargreaves, e com o Chelsea livre das muitas lesões do ano passado, que afastaram jogadores importantes de momentos decisivos, ou fizeram com que os mesmos jogassem "meia boca", e livre também da necessidade de improvisar o tempo inteiro, com contratações de jogadores para compor o elenco, como os brasileiros Alex e Belleti, que diminuíram a necessidade de improvisar Essien como lateral ou zagueiro com frequência (agora só por opção, como ontem) , e como o centroavante francês Anelka, que pode substituir muito bem Drogba, se necessário. Para o Manchester United também pesa o fato de que Ronaldo, que caiu de produção nos momentos decisivos no ano passado, estar jogando ainda mais do que jogou em 2007, quando foi terceiro colocado no prêmio da Fifa.

E, para não passar batido, é bom ressaltar que as surpreendentes eliminações precoces de ambos na FA Cup pode até ser favorável em relação à possibilidade de conquista do título europeu, ou pelo menos de classificação até a final, quando um enfrentaria o outro, pois os elencos, hoje mais numerosos, chegarão, em tese, mais descansados nas fases finais da principal competição européia.

O favoritismo apontado a essas equipes é justo, desde que sem exageros, já que ambos fracassaram na UCL em condições semelhantes no ano passado, o mesmo ocorrendo em competições de mata-mata esse ano, e têm seis equipes fortes pelo caminho, algumas com elencos igualmente numerosos e poderosos, na disputa do título europeu. Na competição local, é bom lembrar que, apesar da derrota de ontem, o Arsenal ainda está na cola e já mostrou que pode, sim, ser campeão. Porém, somente a título de palpite, aponto o Manchester United como virtual campeão inglês, e o Chelsea como vencedor na Europa. Me cobrem nos idos de maio.

Vitória: Será que a culpa é de Vadão?

Acompanhando os comentários que circulam na internet, percebe-se facilmente que a maioria da torcida do rubro-negra é a favor da saída de Vadão. Associo grande parte dessa desaprovação à influência da tendenciosa mídia baiana, em especial às rádios e à TV Record, que massacram o treinador rubro-negro a cada partida. Quando o Bahia vence apertado e jogando mal, Paulo Comelli "tira leite de pedra", quando o Vitória goleia sem convencer Vadão "nao consegue dar um esquema de jogo".

Acho até que exista um pouco de verdade nas duas afirmações, o problema é a forma oportunista que a mídia utiliza isso contra o treinador do Vitória. Falam como se ele tivesse nas mãos um elenco de grande qualidade, com o qual qualquer cabeça-de-bagre armaria um grande time.

Quando Vadão chegou no Vitória o time oscilava durante o decorrer da Série B. Givanildo não vinha fazendo um trabalho razoável, mas após uma série de partidas ruins acabou sendo demitido. Vadão deu sua própria forma de jogar e conseguiu uma sequência de vitórias fora de casa, que não ocorria há muito tempo. O time do ano passado não era nada demais. Apenas o suficiente pra subir pra primeira divisão e comparando o elenco do ano passado com o desse ano, vemos que o Vitória da Série B perdeu peças importantíssimas que não foram substituídas a altura.

Começando pelo gol: parte da má campanha de Vadão no baiano é culpa da lesão de Ney, que é um goleiro apenas razoável, e a uma sequência de péssimas atuações de França, que é um legítimo frangueiro.

Nunca fui fã do futebol de Apodi, mas sua velocidade era uma válvula de escape pro time nos momentos de aperto. Em 2008 a única opção pro campeonato baiano é o limitadíssimo Alex Santos e uma vez por mês Carlos Alberto é escalado pras partidas da Copa do Brasil, já que o lateral já jogou pelo Bahia no baianão.

Na miolo de zaga saiu o bom zagueiro Jean e entrou o patético Anderson Martins. Acho até que isso acabou influenciando negativamente no futebol de Batatais, hoje bem menos seguro que no final do ano passado.

Daniel era o lateral-esquerdo no final de 2007. Não era nada demais, mas Gustavo, o atual, não amarra o cadarço. É complicado armar um time com laterais tão fracos.

No meio campo Vanderson continua o mesmo. Muita raça, pouca técnica. Toma praticamente um cartão amarelo por jogo. Saiu o bom cabeça de área Chicão e Bida (em péssima fase) deixou de ser meia e voltou a ser segundo volante. Com isso perdemos também um pouco de poder de marcação. Jackson caiu muito e no unico setor onde temos mais opções que no ano passado, os outros meias nao conseguem apresentar uma sequência de boas partidas e se firmar.

No ataque, o Vitória perdeu seu melhor jogador, o homem que decidia as partidas difíceis. Que recebia todas as bolas, tentava um lance diferente e mudava a história do jogo: Joãozinho. Inúmeros parceiros de ataque jogaram ao seu lado na série B, mas nenhum se firmou. Sorato, Marcus Vinícius, Índio, Adriano Pardal, Faioli improvisado, etc. Eles jogavam incrivelmente mal e Joãozinho seguia decidindo pro Vitória.

Esse ano Vadão não tem quem decida, e na verdade também não tem quem faça o feijão com arroz. Acredito que indicar contratações faça parte do trabalho de um treinador, mas atualmente que jogador de nível de série A quer passar o primeiro semestre escondido disputando um campeonato baiano? Antes jogar num time pequeno do interior de São Paulo. Além disso o Vitória não tem cacife pra entrar em leilões salariais com a maioria dos times da primeira divisão e acaba apelando pra pacotões de jogadores de qualidade duvidosa.

Com certeza Vadão cometeu erros em 2008, mas não acho que ele seja o grande culpado pelo mal futebol apresentado pela péssima equipe do Vitória. Além disso não vejo melhor opção disponível no mercado pra disputa do brasileirão.

Se o o campeonato começasse hoje o Vitória seria forte candidato ao rebaixamento e caso não contrate um bom número de jogadores que cheguem pra assumir a posição de titular, ao invés de um pacotão de apostas, não há treinador que salve.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Código de Ética dos Jogadores

A muito tempo venho pensando nisso e agora com a criação do blog vou falar sobre esse tal de código de ética dos jogadores que, ao meu ver, vem deixando o futebol cada vez mais chato.

Ultimamente tem se tornado corriqueiro jogadores falando que fulano ta desrespeitando a instituição do seu time e os torcedores por alguma declaração dada.

Vejamos o exemplo de Thiago Neves. Na semana da semi-final contra o Botafogo o jogador participou de um daqueles programas sobre futebol, mais especificamente o Arena Sportv, e em uma das perguntas, Kléber Machado, apresentador e mediador do programa, questionou quais equipes iriam pra final. No caso as semi-finais eram Botafogo x Fluminense e Flamengo x Vasco. E ele respondeu que uma das equipes seria o Fluminense (claro, é o time dele, queria que ele falasse que ia ser o Botafogo?) e que seria bom que encontrasse o Flamengo pra final ser um Fla-Flu (Clássico mais tradicional do Rio de Janeiro).

No outro dia foi o maior rebuliço. Os jogadores do Botafogo quando foram para coletiva disseram que Thiago Neves adora desrespeitar os times e que tinha que respeitar a instituição do Botafogo e seus torcedores. Ele não poderia esquecer que ali tinham profissionais que queriam participar da final e outras babozeiras.

Daqui há 5 anos a entrevista de um jogador de futebol vai ser assim:
Entrevistador: Quem é que passa para as finais do campeonato?
Jogador: Respeitando muito a equipe adversária, temos que ter humildade, não podemos desrespeitar a instuição do time. Inclusive eu queria pedir desculpa, mas a gente vai pro jogo pra vencer.

Vamos para outro exemplo dessa tal de ética dos jogadores. O caso Coelho x Foca. O Foquinha levantou a bola e foi batendo seu pontinho com a cabeça, drible característico dele, em direção a grande área, mas não contava com a agressão de Coelho, que até hoje não se arrepende e diz que faria de novo, porque o Foca estava querendo humilhar a equipe do Atlético. Ora, que palhaçada, agora o jogador não pode mais driblar que é humilhação. O próprio Foquinha fez esse lance diversas vezes, até quando estava perdendo. Mas agora não pode mais, os Coelhos estão soltos por ai dando suas botinadas.

Os exemplos mais recentes são tantos, como no caso do chororo de Souza e do chute no ar de Valdívia.

Daqui uns dias o jogador vai dar uma caneta no outro e vai parar o lance pra pedir desculpa, dizer que foi sem querer e o árbitro vai ter que dar bola ao alto pelo ato desrespeitoso... E mais a diante, depois de vencer uma partida a equipe vencedora vai pedir desculpa para os perdedores...

Inclusive, vamos ter que mudar o nome do Blog. A caneta vai deixar de existir.

Pergunta que não quer calar...

Por que times como o São Paulo, Cruzeiro, Santos, gigantes do futebol brasileiro, jogam para ganhar fora de casa no brasileirão contra bons times do Náutico, sempre perigoso no alçapão dos Aflitos, do Juventude, no assustador(para os adversários)Alfredo Jaconi, da Ponte Preta, em Campinas, ou mesmo quando se enfrentam, no Maracanã, Mineirão, Morumbi, ou onde quer que seja, e se acovardam, contra Luqueños, San Joses, Caracas, Bolognesis ou congêneres? Será um certo trauma sul americano? Será o "complexo de vira latas" conceituado por Nélson Rodrigues? O que falta para os clubes brasileiros serem definitivamente os melhores das américas? E que a altitude não sirva como desculpa eterna, porque o empate ridículo nos acréscimos cedido hoje pelo São Paulo, por exemplo, não teve nenhuma relação com ela...

quarta-feira, 19 de março de 2008

Eduardo, Taylor e a violência no futebol

Um assunto que não quer morrer é a contusão do brasileiro, naturalizado croata, Eduardo da Silva. Muito se falou sobre a punição imposta ao zagueiro Martin Taylor do Birmingham, que pegou apenas três jogos, enquanto o brasileiro dificilmente voltará a jogar no ano de 2008. O técnico do Arsenal disse que Taylor deveria ser proibido de jogar futebol pra sempre. O presidente da Fifa sugeriu aos marcadores faltosos punição igual ao tempo de recuperação do jogador contundido. Concordo que o lance de Eduardo da Silva foi grosseiro. As imagens são fortíssimas e o zagueiro mereceu a expulsão. Mas será que houve a maldade que tantos estão dizendo ter havido no lance? Eu não consegui enxergar isso. Futebol é um jogo viril, de contato físico (cada vez maior, por sinal). A entrada de Taylor foi imprudente sim, maldosa não. Talvez o único recurso que um jogador limitado como ele tenha para tomar a bola do veloz atacante brasileiro. A verdade é que lances como estes estão cada vez mais comuns. Não sei se hoje temos muito mais câmeras, mas eu não me lembro de ver tantos membros com ângulos tortos assim há alguns anos atrás. Sem fazer força, me lembro de alguns recentes como o Luciano Almeida no Botafogo, Marquinhos “Rock Gol” no Galo, Rodrigo no Flamengo, Dyer do West Ham e Cissé antes da Copa de 2006. Na maioria deles, não houve violência por parte dos marcadores. Continuo achando que o lance da contusão do brasileiro foi mais infelicidade de Eduardo da Silva, que estava com a perna no lugar errado e na hora errada, do que violência de Martin Taylor. Muita gente fala que o futebol inglês é violento, que os juízes de lá são coniventes com isso e que o campeonato de lá tem poucas faltas porque não apitam nenhuma delas. Mas eu acho que o futebol brasileiro está extremamente chato justamente por ser o contraponto disso tudo. Qualquer contato físico aqui é falta. É muito chato assistir a jogos com 40, 50 paralisações porque um jogador levantou o braço e outro caiu. E o jogador parece que muda ao jogar aqui. Não se vê na liga inglesa jogador sulamericano pedindo cartão pro árbitro toda vez que cai no chão. Raramente se vê jogador reclamando uma dessas faltinhas bestas não marcadas. Não estou querendo defender que o futebol tem que ter mais entradas duras como as de Taylor, mas parar o jogo como se faz no futebol sulamericano é demais. No Brasil, em particular, as punições excessivamente severas tem feito tanta diferença nos campeonatos quanto os jogadores. Se Kleber do Palmeiras e Jorge Wagner do São Paulo forem realmente julgados e pegarem 120 dias de punição (que é o mínimo em casos de agressão), vai ser ridículo. Os lances não foram tão duros assim, a agressão não foi tão escandalosa e os jogadores envolvidos não vão ficar nem um dia sem jogar. Alex, mesmo com uma cratera aberta na cabeça, continuou jogando aquele jogo. Valdívia nem caiu, e olha que isso é raro. Punição maior que a que Kleber e Jorge Wagner podem pegar deveriam pegar os jogadores que simulam agressões, como o atacante Malaquias, do Bragantino, no lance com Marcos. O goleiro mal acertou o projeto de chute e jogador já levou as mãos ao rosto, como se estivesse morrendo. O lance de Rivaldo na Copa de 2002 contra a Turquia também foi lamentável. Esses jogadores, que fazem o juiz de palhaço e quem assiste de idiota, deveriam ser punidos com mais rigor. É melhor ver um Taylor jogando, com toda a grosseria que lhe cabe, do que um ator de quinta categoria como Malaquias.

Análise: Caracas 1 x 1 Cruzeiro

O Cruzeiro, mesmo com muitos desfalques e somente quatro jogadores no banco de reservas, conseguiu, diante das circunstâncias, um ótimo resultado na Venezuela, contra a boa equipe do Caracas. O time comandado por Adilson Batista vem jogando um futebol ainda mais consistente do que no ano passado, mantendo a criatividade e vocação ofensiva, além de demonstrar uma considerável evolução na defesa, ponto mais fraco da equipe de 2007.

No jogo de ontem, particularmente, a retaguarda celeste demonstrou muita consistência, repelindo com firmeza as investidas do veloz e habilidoso ataque do Caracas, comandado pelo talentoso camisa dez Vargas, muito bom jogador. Giovanni Espinoza parece ter dado a maturidade que a defesa não tinha, permitindo que jovens como Léo Fortunato possam demonstrar um futebol de melhor qualidade. O garoto cruzeirense fez uma partida impecável na capital venezuelana.

Vale destacar a atuação, no jogo de ontem, de um jogador que parecia fora dos planos de Adilson, e que provavelmente só atuou em razão dos desfalques, que é Apodi. O ex-lateral direito do Vitória foi o responsável por boa parte das jogadas ofensivas do Cruzeiro, apoiando sempre com muito perigo pela direita e, da mesma forma que acontecia no rubro negro baiano, sofreu (e cavou) muitas faltas, deixando os marcadores "pendurados" com cartões. Todavia, também apresentou as costumeiras falhas de marcação que caracterizam seu futebol, deixando uma verdadeira avenida pelo lado direito. Em um esquema com três zagueiros, como o do Cruzeiro ontem, pode jogar, pois tem cobertura suficiente para criar no ataque. Em uma linha de quatro, não vale a pena escalá-lo, pois deixa a defesa muito vunerável do lado direito, permitindo que o time adversário explore o esse setor. E nem as eventuais jogadas de gol que cria compensam as falhas defensivas desse jogador, que eram constantes na época do Vitória.

Destaque também, para Ramires, que embora não tenha realizado uma atuação brilhante como em outros jogos da temporada, especialmente nos dois jogos contra o Cerro Portenho e no jogo contra o Caracas no Mineirão, fez uma partida muito sólida na marcação, além de ser, hoje, o dono do meio campo do Cruzeiro. Impressionante como quase todas as bolas passam por seus pés! Muito promissor esse jogador, que não pode ficar fora da seleção olímpica.

O Cruzeiro, no momento, é o time brasileiro que vem apresentando o futebol mais convincente na libertadores, contrariando a maioria das análises anteriores ao torneio. Já pode até começar, quem sabe, a sonhar com vôos mais altos. Só deve ter ciência de que o resultado considerado bom ontem pode ser considerado não tão bom assim em breve, pois a raposa não pode esquecer que tem dois jogos difíceis a fazer, contra o San Lorenzo, em casa, e contra o Real Potosí, fora(na altitude).

A equipe argentina é forte, que parece finalmente ter se acertado na temporada, vide a vitória de virada contra o Potosí na altitude, o que é raríssimo, e os últimos resultados no argentino. Assim, deve criar até mais dificuldades no Brasil do que criou na Argentina, onde o Cruzeiro arrancou um empate. Vale lembrar que esse jogo não será no Mineirão, que estará indisponível em razão de um festival de axé music, tendo como provável sede o Ipatingão, em Ipatinga. Já a equipe boliviana sempre cria dificuldades em casa, devido a absurda altitude de Potosí, que causou e causa tanta polêmica desde que o Flamengo jogou lá, na libertadores passada. Assim, o Cruzeiro pode sonhar, sim, com a Libertadores, mas com os pés no chão.

Sobre futebol e cinema.

Pode parecer clichê de histórias futebolísticas, mas realmente o que me inspirou a escrever sobre futebol foi uma tarde de domingo com meu pai. Por acaso não fomos à Fonte Nova naquele domingo, provavelmente o Bahia estava jogando fora de casa, e estava passando um documentário sobre futebol na televisão. O documentário trazia uma discussão, apresentava um debate sobre se o futebol é uma forma de arte ou não.
Não vou me alongar sobre o que diziam os entrevistados do programa, cada qual tem o seu ponto de vista e o defendeu à sua maneira. Mas, conversando com meu pai, criei minha própria analogia sobre o futebol, comparando-o com o cinema.
Na minha cabeça, cada partida de futebol é como um filme, com começo, meio e fim, porém, existe um diferencial importantíssimo a favor do futebol: a capacidade de surpreender do esporte bretão é muito maior do que a dos roteiros produzidos. Por mais que um time seja infinitamente melhor que o outro, jogue dentro de casa, esteja em melhor forma, o resultado de uma partida de futebol é a coisa mais imprevisível do cotidiano de um ser humano. E talvez por existirem tantos indícios do que pode ocorrer em uma partida, por se acompanhar tanto e tão de perto o dia-a-dia dos clubes e dos seus atletas é que os resultados e as sequências de fatos das partidas de futebol nos surpreendam e nos emocionem tanto.
Acho desnecessário fazer comparações mais prolongadas sobre os jogadores serem os atores, os técnicos os diretores e etc. Acho mais importante voltar ao documentário que assisti com meu pai para citar que boa parte dos entrevistados falavam sobre aquele velho conceito de futebol arte, o drible, a jogada de efeito, a falta cobrada no ângulo como características do "futebol arte". Claro que tudo isso faz parte da técnica de um bom jogador, mas assim como no cinema, a grande atuação de um ator não está acima da importância do filme, a partida, os noventa minutos de bola rolando, são muito mais importantes que qualquer lance que um chamado gênio da bola pode realizar. Nenhuma finta de corpo de Garrincha fez tanta gente chorar como Brasil x Itália na copa de 82. Na verdade, nem sempre uma grande partida tem grandes lances ou grandes jogadores, mas os grandes lances dependem das grandes partidas para se tornarem eternos, e os grandes jogadores dependem, mas dependem muito, das grandes partidas para serem elevados ao nível de gênios.
E é quando falamos de futebol, cinema e das emoções que ambos despertam na gente, que eu, humildemente, coloco meu ponto de vista sobre arte. Não seriam as diversas formas de arte maneiras despertar sentimentos nas pessoas? Claro que é uma visão simplista de um objeto amplamente discutido e muito subjetivo, mas a verdade é que a tensão de uma partida de futebol nos seus minutos finais ganhando de 1x0 e com um a menos ou o gol nos acréscimos despertam nos seus espectadores sentimentos com a força que raros ganhadores de Oscar conseguiram.

Balanço: 18ª Rodada do Campeonato Baiano (2007 x 2008)

Já que os trabalhos foram abertos irei começar minha jornada. Escrevendo sobre o Bahia, claro.

Primeiro gostaria de deixar claro que minha intenção não é comparar um treinador com o outro, até porque cada um presenciou uma fase diferente no clube, com jogadores diferentes, auto-estima diferente e etc. A minha intenção é demonstrar que o tão criticado Arthurzinho, em termos de resultados, não foi tão mal. E tentar trazer os torcedores um pouco para realidade e acabar com esse "Endeuzamento" do nosso bom técnico Paulo Comelli.

Na mesma 18ª Rodada do Campeonato Baiano de 2007 o Bahia encontrava-se classificado, com 4 rodadas de antecedência e com os mesmos 40 pontos que conseguimos este ano.

Em 2007 o time do Campeonato Baiano era: Paulo Musse, Carlos Alberto, Hebert, Rogério e Ávine; Humberto, Fausto, Danilo Rios e Rafael Bastos; Harley e Moré. Técnico: Arturzinho.

Hoje: Darci, Marcone, Rogério, Alison, Luciano Baiano, Fausto, Ananias, Elias, Ávne, Pantico e Didi. Técnico: Paulo Comelli.

2007 - 18ª Rodada

Posição: 2º
Pontos Ganhos : 40
Vitórias: 12
Empates: 4
Derrotas: 2
Aproveitamento: 74%
Gols Marcados: 41
Gols Sofridos: 21
Saldo De Gols: 20
Artilheiros: Fábio Saci - 09 Gols, Moré - 08 Gols e Rafael Bastos - 05 Gols

2008 - 18ª Rodada

Posição: 1º
Pontos Ganhos : 40
Vitórias: 12
Empates: 4
Derrotas: 2
Aproveitamento: 74%
Gols Marcados:29
Gols Sofridos: 10
Saldo De Gols: 19
Artilheiros: Elias - 07 Gols, Pantico - 04 Gols e Didi - 03 Gols

Ou seja, a campanha é incrivelmente igual o que muda é o aproveitamento do ataque e da defesa. E é claro que os dois Bavis que o tricolor venceu, um no barradão 2x0 e outro em Feira de Santana por 1x0.

O ataque do ano passado era melhor do que o desse ano. Os números mostram isso. Foram 41 gols, contra 29 neste ano. No ataque tínhamos (2007) Ednei, Charles, Moré, Harley (que chegou depois do jogo da Copa do Brasil), Fábio Saci (que era o titular) e Amaury. Hoje temos Charles, Didi, Pantico, Jorginho, Anderson Costa (que já foi embora) e Reinaldo Aleluia. É uma briga de foice pra saber qual é melhor, mas os números parecem ser categoricos.

Na defesa do ano passado tínhamos Hebert (que foi contratado em um baba no clube do Baneb), Rogério e Marcone que no começo quebrou uma por ali. Hoje temos Alison, Cléber Carioca, Rogério e Marcone que vem desempenhando papel de zagueiro pelo lado direito, quando o time joga com 3 zagueiros.

É indiscutível que a defesa deste ano é muito melhor, sofreu apenas 10 gols contra 21 do ano passado. Não só os números comprovam isso, como a qualidade de cada jogador.

Agora que entra um pouco de defesa ao técnico Arthuzinho. Ele pegou o time acabado que não tinha conseguido subir para segunda divisão no ano anterior. Foram mais de 30 contratações.

Mas gostaria de deixar claro que gosto muito do trabalho de Paulo Comelli, que apesar de ter pego uma base do sistema defensivo pronto, sistema este que Arthuzinho encontrou no jogo contra o Crac, no Octagonal final, na Fonte Nova, não tem encontrado facilidade pra montar o seu ataque.

Pra finalizar, Arthuzinho até a 18ª rodada tinha um bom sistema ofensivo, com rafael Bastos, danilo rios, fábio Saci e Moré, mas não tinha defesa. Já Paulo Comelli tem um bom sistema defensivo com Marcone, Rogério, Alison e Fausto, mas nao tem um ataque.

terça-feira, 18 de março de 2008

Palpites da Champions League




Resolvi inaugurar o blog com meus palpites pras quartas-de-final da Champions League. Espero encorajar os outros participantes do blog a iniciarem suas postagens, sendo sobre a Champions ou não.

QUARTAS-DE-FINAL

Arsenal x Liverpool - Torcerei pro Arsenal, mas Liverpool em ascenção elimina os garotinhos dos Gunners que acabam a temporada de mãos abanando.

Roma x Manchester United - Ainda nao sei pra quem torcer. O United tem muito mais time e passa pela Roma que só pode ameaçar em um dia de inspiração do gênio Totti.

Schalke 04 x Barcelona - Torcerei pro favoritíssimo Barça, que não deve encontrar dificuldades pra avançar.

Fenerbahçe x Chelsea - Torcerei muito pro Fenerbahçe, por gostar do time, de Zico e de uma das mais impressionantes torcidas do mundo. Os turcos tem boas chances no primeiro jogo e caso consigam um bom resultado tem tudo pra endurecer no jogo de Londres. Ainda assim, aposto no Chelsea, que tem mais time e tem mostrado recentemente que é um time "copeiro".

SEMI-FINAIS

Tudo pode acontecer a partir daqui e os palpites são puramente na base do achismo, mas ainda assim vou me arriscar.

Barcelona x Manchester United - Chute no Barça, que vem priorizando a Champions League e na minha opinião tem o time mais talentoso do mundo.

Liverpool x Chelsea - Chutaço no Chelsea. Grande semi-final.

FINAL

Barcelona x Chelsea - Vai sair faísca. Na semana passada Ronaldinho declarou, em resposta ao suposto interesse do Chelsea em contar com seu futebol na próxima temporada, que não tem interesse em jogar nos Blues. Segundo ele, das outras vezes em que enfrentou o Chelsea, os adversários foram desleais e o chutavam fora do lance. Provavelmente ele vai receber uma marcação "especial" por isso.

Dia de filar aula, não ir trabalhar e faltar ao enterro da mãe. Chute no Barça do pipoqueiro Ronaldinho, que novamente vai amarelar na decisão (apesar de não se esperar muito dele na edição desse ano), mas tem ao seu lado Messi, Eto'o, Henry e o herói de 2005, Beletti (essa parte é brincadeira). Mesmo torcendo contra Ronaldinho, não da pra torcer contra o Barça.

É isso, mandem seus palpites e vamos ver quem sabe das coisas.

Abraços