Um assunto que não quer morrer é a contusão do brasileiro, naturalizado croata, Eduardo da Silva. Muito se falou sobre a punição imposta ao zagueiro Martin Taylor do Birmingham, que pegou apenas três jogos, enquanto o brasileiro dificilmente voltará a jogar no ano de 2008. O técnico do Arsenal disse que Taylor deveria ser proibido de jogar futebol pra sempre. O presidente da Fifa sugeriu aos marcadores faltosos punição igual ao tempo de recuperação do jogador contundido. Concordo que o lance de Eduardo da Silva foi grosseiro. As imagens são fortíssimas e o zagueiro mereceu a expulsão. Mas será que houve a maldade que tantos estão dizendo ter havido no lance? Eu não consegui enxergar isso. Futebol é um jogo viril, de contato físico (cada vez maior, por sinal). A entrada de Taylor foi imprudente sim, maldosa não. Talvez o único recurso que um jogador limitado como ele tenha para tomar a bola do veloz atacante brasileiro. A verdade é que lances como estes estão cada vez mais comuns. Não sei se hoje temos muito mais câmeras, mas eu não me lembro de ver tantos membros com ângulos tortos assim há alguns anos atrás. Sem fazer força, me lembro de alguns recentes como o Luciano Almeida no Botafogo, Marquinhos “Rock Gol” no Galo, Rodrigo no Flamengo, Dyer do West Ham e Cissé antes da Copa de 2006. Na maioria deles, não houve violência por parte dos marcadores. Continuo achando que o lance da contusão do brasileiro foi mais infelicidade de Eduardo da Silva, que estava com a perna no lugar errado e na hora errada, do que violência de Martin Taylor. Muita gente fala que o futebol inglês é violento, que os juízes de lá são coniventes com isso e que o campeonato de lá tem poucas faltas porque não apitam nenhuma delas. Mas eu acho que o futebol brasileiro está extremamente chato justamente por ser o contraponto disso tudo. Qualquer contato físico aqui é falta. É muito chato assistir a jogos com 40, 50 paralisações porque um jogador levantou o braço e outro caiu. E o jogador parece que muda ao jogar aqui. Não se vê na liga inglesa jogador sulamericano pedindo cartão pro árbitro toda vez que cai no chão. Raramente se vê jogador reclamando uma dessas faltinhas bestas não marcadas. Não estou querendo defender que o futebol tem que ter mais entradas duras como as de Taylor, mas parar o jogo como se faz no futebol sulamericano é demais. No Brasil, em particular, as punições excessivamente severas tem feito tanta diferença nos campeonatos quanto os jogadores. Se Kleber do Palmeiras e Jorge Wagner do São Paulo forem realmente julgados e pegarem 120 dias de punição (que é o mínimo em casos de agressão), vai ser ridículo. Os lances não foram tão duros assim, a agressão não foi tão escandalosa e os jogadores envolvidos não vão ficar nem um dia sem jogar. Alex, mesmo com uma cratera aberta na cabeça, continuou jogando aquele jogo. Valdívia nem caiu, e olha que isso é raro. Punição maior que a que Kleber e Jorge Wagner podem pegar deveriam pegar os jogadores que simulam agressões, como o atacante Malaquias, do Bragantino, no lance com Marcos. O goleiro mal acertou o projeto de chute e jogador já levou as mãos ao rosto, como se estivesse morrendo. O lance de Rivaldo na Copa de 2002 contra a Turquia também foi lamentável. Esses jogadores, que fazem o juiz de palhaço e quem assiste de idiota, deveriam ser punidos com mais rigor. É melhor ver um Taylor jogando, com toda a grosseria que lhe cabe, do que um ator de quinta categoria como Malaquias.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Assinar:
Comment Feed (RSS)
|